Um levantamento da Agência Internacional de Energia aponta que o total de veículos elétricos em circulação no mundo poderia saltar de 9,4 milhões de unidades para 135 milhões em dez anos – cenário esperado também para o Brasil, apesar da tímida “fatia” atual de 0,03% da frota nacional de veículos comerciais leves.
O cenário inspira o mundo da mobilidade a se perguntar: estariam os carros elétricos finalmente acelerando sua presença no mercado? Tudo indica que sim. Mas será que isso também vai acontecer no nosso país?
Atualmente, temos oficialmente 12 modelos elétricos à venda no Brasil, incluindo o Porsche Taycan e o Audi e-tron Sportback. Ao todo, os dez automóveis da categoria venderam 239 unidades no primeiro semestre, de acordo com a Abeifa, associação que reúne importadoras e fabricantes. Isso evidencia parte do problema: o alto custo dos veículos ainda é um entrave para o aumento nas vendas.
Desde o primeiro Fórum Internacional de Smart Cities, realizado no Brasil pelo iCities, em 2012, trouxemos o tema dos carros elétricos apresentado por dois pioneiros na eletromobilidade no país – engenheiros que trabalhavam no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), em um centro de pesquisa em eletromobilidade. No início, o desenvolvimento era focado na eletrificação de carros a combustão adaptados, evoluindo para parcerias com empresas internacionais para viabilização da fabricação de novos modelos 100% elétricos em terras tupiniquins.
No iCities, sempre tivemos essa ligação com as montadoras ligadas a eletromobilidade, além do compromisso com a sustentabilidade. Isso se manteve em 2013, no segundo Fórum Internacional iCities, evento que sediou pela primeira vez uma apresentação da linha completa de veículos elétricos, da Renault, com teste drive realizado na edição de 2015.
A história dos VEs no país é amplamente liderado por montadoras instaladas no Paraná, além de também serem referência a nível global – a diretora dessa área na Renault, Silvia Barcik, é entusiasta das cidades inteligentes e defende a eletromobilidade através dos benefícios para natureza com zero emissão de CO2, como para segurança e economia que os veículos elétricos podem gerar para toda sociedade.
Novas iniciativas de gigantes do setor também começam a surgir no Brasil. A alemã BMW e a chinesa BYD investem pesado em modelos com linhas modernas e autonomia cada vez maior, assim como a Volkswagen, que pretende produzir o Golf elétrico na fábrica de São José dos Pinhais (PR).
Também no Paraná, foi inaugurada recentemente a maior eletrovia do Brasil, que percorre os 720 km entre Paranaguá e Foz do Iguaçu, com 12 eletropostos de recarga rápida, capazes de “encher” a bateria de um carro elétrico a 80% em um período de 15 e 30 minutos. O governo estadual também tem estimulado o setor com a isenção de IPVA para os elétricos desde 2019.
Outro atrativo forte dos carros elétricos envolve a sustentabilidade e o combate à poluição nas cidades. Os carros com motores à combustão são responsáveis por 24% da emissão de gases do efeito estufa gerados pela atividade humana.
Existe ainda a questão das baterias mais eficientes, baratas e menos poluentes, que já começaram a ser produzidas no Brasil – a Vale, inclusive, está em vias de fechar parceria com a Tesla, para fornecimento de níquel com preço baixo e mínimo impacto ambiental.
Segundo declaração recente do presidente da Nissan no Brasil, Marcos Silva, a pandemia vai fazer com que as pessoas pensem em questões como sustentabilidade, onde se pensa no carro elétrico.
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